O Brasil é um país de dimensão continental que enfrenta grandes desigualdades. Um dos maiores desafios para garantir o bem-estar de todos os brasileiros é justamente o acesso à saúde independente da localidade onde vivem.
Se nos grandes centros urbanos há concentração de médicos das mais variadas especialidades, além de hospitais, clínicas e laboratórios, em comunidades distantes a realidade é muito diferente. Nelas, prevalecem a escassez de profissionais e a falta de infraestrutura dos serviços em saúde. E mesmo quando existem equipamentos e técnicos para a execução dos exames, muitas vezes não há profissionais capazes de interpretar os resultados, o que ralenta o processo de diagnóstico, tornando muitos cidadãos vulneráveis.
TABELA – CONCENTRAÇÃO DE MÉDICOS POR REGIÃO
(Quantidade de médicos a cada mil habitantes)
FONTE: Demografia Médica 2018
A tecnologia pode ser a chave para ampliar a oferta de serviços de saúde, aproximando pacientes e médicos que estão em locais distintos. Estamos falando não só da realização de teleconsultas, como também na possibilidade de análise de exames à distância que faz com que pacientes não precisem mais se locomover até as cidades grandes e tenham alternativas para melhorar seus cuidados com a saúde. Neste sentido, o telediagnóstico representa um avanço que rompe com barreiras geográficas e estruturais e melhora o acesso da população a diferentes exames de saúde.
TELEDIAGNÓTICO: O QUE É
Telediagnóstico consiste na emissão de laudo ou avaliação de exames a partir de imagens e gráficos que são enviados pela internet até centros de interpretação. Lá, estes dados são analisados por médicos especialistas.
Como consequência, o diagnóstico à distância facilita a investigação de doenças, podendo identificar lesões e tumores de forma acertada, o que possibilita ao paciente a busca por tratamento adequado para sua enfermidade, maior chance de cura, ou no caso de doença severa, mais sobrevida e bem-estar.
O telediagnóstico pode salvar vidas
COMO FUNCIONA
No telediagnóstico, o paciente realiza seu exame com um equipamento digital que é conduzido por um profissional responsável (técnico em enfermagem, em radiologia, entre outros). As imagens em alta resolução ou gráficos são compartilhados com um médico especialista que está em outro local. Ele, então, analisa os dados recebidos pela internet, registrando sua conclusão em um laudo médico que é assinado digitalmente.
Exames mais comuns:
-
Cardiologia: Eletrocardiograma (ECG) digital, Holter e MAPA,
-
Neurologia: Eletroencefalograma (EEG) e Polissonografia
-
Radiologia: Raio-X, Tomografia, Mamografia, Densitometria óssea e Ressonância magnética.
-
Pneumologia: Prova de função pulmonar (espirometria)
As imagens produzidas pelos aparelhos digitais são de qualidade e, por isso, acabam favorecendo o diagnóstico confiável. Além disso, o telediagnóstico envolve softwares modernos que usam criptografia de ponta a ponta e garantem a segurança de todo o processo, pois os exames só conseguem ser decifrados pelo computador de quem os recebe.
Existe também a possibilidade de que um médico, que realizou a leitura do exame localmente, queira a opinião de um colega mais experiente, que se encontra em outro local. Como o trabalho destes especialistas é interpretar imagens e gráficos, a conclusão dos exames realizados à distância é semelhante daqueles feitos de forma presencial.