A saúde mental tornou-se um tópico altamente relevante nos últimos anos. E não é à toa: de acordo com dados da OMS, os transtornos mentais atingiram quase 1 bilhão de pessoas em 2019 — incluindo 14% dos adolescentes do mundo.
Outro dado preocupante é que, segundo relatório da UNICEF de 2021, foi estimado que uma em cada seis pessoas entre 10 e 19 anos de idade conviva com algum transtorno mental no Brasil.
Isso se torna uma preocupação para mães e pais, ainda mais em uma faixa etária onde os filhos nem sempre sabem ou querem expressar esses sentimentos. Acompanhe nosso artigo para descobrir sinais de problemas na saúde mental de crianças e adolescentes e como lidar com isso da forma mais segura possível.
Como eu sei que meu filho está com a saúde mental afetada?
O aumento de diagnósticos de transtornos mentais entre jovens destaca a importância do apoio adequado, tanto de profissionais de saúde quanto de familiares e amigos.
É essencial abordar o tema sem preconceitos e fornecer informações claras sobre os sintomas e tratamentos. Vamos ver alguns sinais que podem indicar problemas de saúde mental em crianças e adolescentes.
Sintomas de transtornos mentais na infância
Na infância, os sinais de problemas emocionais podem ser sutis e, às vezes, são confundidos com comportamentos comuns da idade. Aqui estão alguns sintomas para ficar atento:
- Mudanças no comportamento: a criança pode se tornar mais retraída, agressiva, irritável ou perder o interesse em atividades que antes gostava.
- Problemas de sono: insônia, pesadelos frequentes ou dificuldade para acordar pela manhã são sinais a serem observados.
- Mudanças no apetite: pode haver perda ou ganho significativo de peso sem explicação aparente.
- Choro excessivo: episódios de choro frequentes, sem motivo claro, podem indicar que algo está errado.
- Baixo desempenho escolar: uma queda repentina nas notas ou falta de interesse pelos estudos pode ser um sinal de alerta.
- Regressão no desenvolvimento: comportamentos como voltar a fazer xixi na cama, chupar o dedo ou agir como um bebê podem indicar problemas emocionais.
- Dores físicas: dores de cabeça ou de estômago sem causa aparente podem ser um reflexo de problemas emocionais.
- Isolamento social: a criança pode evitar brincar com amigos ou se afastar de interações sociais.
Sintomas de transtornos mentais na adolescência
Apesar de já terem um pouco mais de maturidade do que as crianças, os adolescentes podem até reprimir mais os sentimentos por acharem que os pais não os entenderiam, buscando se abrir com amigos ou guardar o que sentem para si.
Alguns sintomas são os mesmos de uma criança, como a alteração de humor, demonstrando mais irritabilidade e tristeza persistente, o desinteresse pelo que gostava, isolamento social, baixo desempenho escolar, alterações no sono e apetite.
Outros sinais mais recorrentes em adolescentes incluem:
- Sentimento de culpa e desvalorização: eles podem sentir-se inadequados, culpando-se por problemas e mostrando baixa autoestima.
- Comportamentos de risco: para fugir da realidade, alguns adolescentes podem recorrer ao uso de drogas, álcool ou envolver-se em atividades perigosas.
- Pensamentos suicidas: qualquer menção a pensamentos sobre morte ou suicídio é um sinal sério e requer ação imediata.
Como cuidar da saúde mental do meu filho?
Nenhuma mãe ou pai deseja ver o filho em uma situação vulnerável, mas é necessário agir com cautela, lembrando que a criança ou adolescente está desestabilizada emocionalmente e pressioná-lo a se expressar pode causar um efeito contrário.
Aqui estão algumas orientações para lidar com essa situação:
- Busque ajuda profissional: o primeiro passo é procurar a ajuda de profissionais de saúde mental, como psicólogo ou psiquiatra especializado em crianças e adolescentes. Esses profissionais podem avaliar a situação e recomendar o melhor tratamento.
- Ofereça suporte emocional: mostre que você está ao lado do seu filho, pronto para ouvir e apoiar, sem julgamentos.
- Mostre que é seguro compartilhar sentimentos: encoraje a criança ou o jovem a se expressar, seja através da conversa, desenhos, escrita ou de outras formas criativas.
- Valide os sentimentos: demonstre compreensão e respeito pelos sentimentos do seu filho, evitando minimizar suas emoções com frases como “isso não é nada” ou “é só uma fase”.
- Mantenha uma rotina estável: ter horários regulares para refeições, sono e atividades pode trazer uma sensação de segurança.
- Busque a companhia: atividades que ambos gostem podem fortalecer o vínculo e melhorar o humor do seu filho.
- Não esqueça de você: cuidar de um filho com problemas emocionais é desafiador. Reserve um tempo para suas próprias necessidades, descanse e busque apoio em amigos ou familiares.
- Incentive hábitos saudáveis: dietas equilibradas, exercícios físicos, lazer e dormir bem são ótimos hábitos para melhorar a saúde mental.
- Respeite os limites: seu filho pode precisar de tempo e espaço para lidar com as emoções. Respeite esse espaço, mas também esteja disponível quando ele precisar de apoio.
Lembre-se de que a saúde mental é tão importante quanto a física. Buscar apoio profissional e manter um ambiente acolhedor e seguro pode fazer toda a diferença na vida do seu filho.