Setembro Amarelo” é uma campanha anual com foco na valorização da vida a fim de prevenir o suicídio. Na maioria dos casos, quem tenta suicídio sempre pede ajuda e 90% das mortes poderiam ser evitadas. Para superar esta situação, o primeiro passo é justamente a informação: conhecer as causas que levam uma pessoa a atentar contra sua própria vida e entender quais são as melhores formas de ajudá-la.

 

Nós, do Conecta Médico, somos totalmente engajados na defesa pela vida e acreditamos na importância de abordar o tema suicídio, por mais doloroso e delicado que seja. Tratá-lo com preconceito ou como assunto proibido não é a melhor alternativa. Segundo o Conselho Federal de Medicina, falar sobre suicídio não piora o risco de alguém se matar, mas aumenta a chance de conseguir ajuda preventiva ou socorro.

 

MOTIVOS

 

As razões, geralmente, não são pontuais, mas um conjunto de situações que vão se acumulando durante a vida, como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo e fracasso. A vítima pode se sentir esquecida/ignorada e enfrentar um isolamento insuportável. Há quem pense que tirar sua vida é um revide, ou seja, deseja que o outro experimente toda a tristeza que está vivendo. Há também a vontade de desaparecer, fugir ou ir para outro lugar. E existe ainda quem vê o suicídio como forma de parar de sofrer, um final imediato para seus tormentos.

 

Sentimentos comuns aos suicidas: intolerável (não suportar), inescapável (sem saída) e interminável  (sem fim)

                 Sentimentos comuns aos suicidas: intolerável (não suportar),
                        inescapável (sem saída) e interminável 
(sem fim)

 

SINAIS DE ALERTA

 

A maioria dos suicidas expressa sua vontade antes de tentar as vias de fato e demonstra mudanças comportamentais. Por isso, é fundamental prestarmos atenção nas pessoas que convivem conosco.

 

Alguns indícios que existe risco de tentativa de suicídio são:

 

1) Atitudes: isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse pelo o que gostava, descuido com aparência/higiene, piora do desempenho escolar ou no trabalho, alterações de sono, apetite ou humor.
2) Situações de estresse: perda do emprego, separação, luto, falência, traição, humilhação, bullying, migração, prisão e grupos sociais em situação de risco.
3) Abuso de drogas, automutilação, tentativa prévia e história familiar de suicídio são fatores que precisamos considerar.

4) A luz vermelha acende quando a pessoa verbaliza que não tem planos para o futuro, que a vida não vale a pena e diz frases como: “preferia estar morto”, “quero desaparecer” ou “sou um perdedor e um peso para os outros”.

 

ESTATÍSTICAS

 

O suicídio não é exclusivo de uma classe social ou de uma idade. Segundo pesquisa realizada pela Unicamp, 17% dos brasileiros já pensaram em se matar uma vez na vida. Mas os números mostram que a taxa é mais elevada nos jovens (15 a 30) e nos idosos (sobretudo viúvos com doenças crônicas ou condição de saúde limitante). LGBTs enfrentam índices mais alarmantes.

 

Apesar das mulheres tentarem mais, são os homens quem efetivamente chegam às vias de fato. O risco está relacionado, frequentemente, a doenças mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e dependência química (álcool e drogas). No entanto, muitas vezes, a enfermidade não havia sido diagnosticada e a vítima não apresentava sintomas severos (eles podiam ser leves/moderados).

 

 

IMPORTANTE❗❗❗

 

Se o perigo for imediato, não deixe a pessoa sozinha! Assegure-se de que ela não tenha acesso a meios para provocar a morte (facas, medicamentos, cordas, armas, pesticidas etc), informe a família e busque ajuda de emergência.

 

COMO AS EMPRESAS PODEM AJUDAR?

 

RH ou CIPA podem entrar em contato com as entidades ligadas ao “Setembro Amarelo” e organizar palestras, debates e dinâmicas que abordem o tema da saúde mental. É possível também envolver os colaboradores em caminhadas, passeios ciclísticos e outros esportes reforçando a importância da campanha.

 

AJUDAS ESPECIALIZADAS

 

Profissionais de saúde mental: psiquiatra e psicólogo

Programas de saúde pública: Centro de atenção psicossocial (CAPS) e Unidades Básicas de Saúde

 

Assistentes sociais

 

CVV – voluntários que conversam com quem está passando por desespero – telefone 188

Emergência: SAMU (telefone 192), UPA, Pronto-Socorro e Hospitais

 

FONTES:

Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – Suicídio: Informando para prevenir

CVV – Cartilha – Falando abertamente sobre o suicídio

 

https://saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio